PM mata garoto com tiro acidental em São Miguel
segunda-feira, 13 de junho de 2011O estudante Alisson de Paula Guerreiro, de 15 anos, morreu na noite de anteontem após ser atingido na cabeça por um disparado acidental feito pelo soldado Erisvan da Paz, de 37, que trabalha na Força Tática do 29º Batalhão da Polícia Militar. O crime ocorreu durante uma abordagem na Avenida Doutor Ussiel Cirilo, em São Miguel Paulista, na zona leste de São Paulo, onde o adolescente estava reunido com amigos.
Testemunhas disseram à reportagem que o disparo teria ocorrido no momento em que Paz, portando uma pistola calibre ponto 40, tentou segurar Alisson pelo capuz da blusa. O boletim de ocorrência, que conta a versão dos agentes, informa que, neste momento, o policial “acabou desequilibrando a arma que estava em punho”, levando-o a “acidentalmente” apertar o gatilho. O projétil entrou pela nuca e saiu pela parte superior do crânio do jovem.
Levado pelos policiais – além de Paz, outros dois PMs participaram da abordagem – ao Hospital Municipal Tide Setubal, o garoto não resistiu. A família questiona a informação de que ele teria levado só um tiro (leia abaixo).
Indiciado por homicídio culposo (quando não há intenção), Paz foi preso em flagrante e levado para o presídio militar Romão Gomes, na zona norte. O caso foi registrado ontem de madrugada no 63º Distrito Policial (Vila Jacuí). Alisson cursava o 8º ano do ensino médio na Escola Estadual Ataulpho Alves, que fica perto de onde vivia com a mãe e dois irmãos, em São Miguel Paulista.
‘Poderia ter sido eu’
Um dos amigos de Alisson contou ao JT como foi a abordagem. “O mesmo policial (Paz) me segurou pela touca. Aí, com a mão que ele estava com a arma, foi tentar pegar o Alisson, mas aí disparou.” O rapaz, de 17 anos, disse que o agente havia revistado outro colega deles pouco antes. “A gente atravessou a rua e continuou andando. Foi quando ele (o policial) veio atrás e puxou (os capuzes). Veio que nem um louco.”
O estudante disse que está assustado. “Se eu estivesse no lado em que ele (Alisson) estava, poderia ter sido eu. A imagem (do crime) não sai da minha cabeça.” O rapaz acredita que o seu grupo – segundo ele, composto por seis rapazes – foi abordado só porque o local estava escuro.
Eles estariam voltando para casa. Na rua do crime, que fica ao lado de um câmpus da Universidade Cruzeiro do Sul, há vários bares. O local estaria lotado na hora.
Em seus depoimentos, os PMs dizem que os jovens estavam em “atitude suspeita”. Afirmam ainda que, quando viram os policiais, tentaram fugir, além de jogar fora uma sacola plástica com 11 ampolas “com um líquido transparente”. O adolescente negou.
Fonte: Jornal da Tarde
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